81% dos eventos registrados pelo Cemaden em 2023 ocorreram nas regiões Sul e Sudeste do país

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) divulgou informações detalhadas sobre os eventos de origem hidrológica e geológica registrados em 2023, por município monitorado. Em números atualizados, foram registrados 1.341 eventos nos municípios monitorados pelo Cemaden, sendo 815 associados a ocorrências de origem hidrológica e 526 de origem geológica.

A grande maioria das ocorrências (88%) foi de pequeno porte, ou seja, eventos isolados (pequenos e rápidos) de alagamentos, transbordamento de córregos e rios e enxurradas com danos em nível de ruas e bairros com rápida resposta e restabelecimento da normalidade, e eventos de movimentos de massa pontuais e induzidos, como queda de barreiras, taludes ou pequenos deslizamentos com danos pontuais.

Ponte em Muçum/RS foi afetada pela cheia do Rio Taquari em setembro de 2023 – Foto por Divulgação/Defesa Civil RS

11% dos registros foram apontados como de médio porte, quando existem informações sobre danos humanos e/ou o município teve situação de emergência reconhecida pelo governo estadual ou federal, em decorrência de eventos significativos de alagamentos, enxurradas ou inundações bruscas ou graduais com interrupção de tráfego e danos em nível de bairros, e resposta e recuperação da normalidade ocorrendo de forma mais lenta, e eventos esparsos de movimentos de massa com material remobilizado em encostas naturais ou vários deslizamentos em taludes e quedas de barreiras em vias e rodovias, causando interrupção de tráfego e danos significativos em nível local. Situação de emergência se caracteriza pela ocorrência de danos humanos em conjunto com danos materiais e/ou ambientais, que importem no prejuízo econômico (público e/ou privado) que afetem a capacidade do poder público local em responder e gerenciar a crise instalada.

Apenas 1% das ocorrências foi de grande porte, ou seja, quando há informações sobre vítimas fatais e o município teve situação de emergência ou estado de calamidade pública reconhecido pelo governo estadual ou federal, como consequência de eventos hidrológicos de grande impacto (com grande número de desabrigados e/ou desalojados), com danos atingindo serviços essenciais em nível de município, e grandes episódios ou ocorrências generalizadas de movimentos de massa com danos regionais (deslizamentos e/ou corridas de detritos de grande extensão), normalmente envolvendo grande número de desabrigados e/ou desalojados. Estado de calamidade pública é caracterizado pela concomitância na existência de óbitos, isolamento de população, interrupção de serviços essenciais, interdição ou destruição de unidades habitacionais, danificação ou destruição de instalações públicas prestadoras de serviços essenciais e obras de infraestrutura pública. 

A maioria dos eventos ocorreu na Região Sudeste (630), com destaque para eventos hidrológicos de pequeno porte (357); seguido da Região Sul, com 437 eventos, sendo a maior parte composta por eventos hidrológicos também de pequeno porte; a Região Nordeste aparece na terceira posição, com 202 eventos, dos quais 91 foram eventos de origem geológica de pequeno porte; seguida da Região Norte com 61 eventos, com destaque para os de origem hidrológica de pequeno porte; e, por fim, a Região Centro-Oeste concentrou apenas 11 eventos, todos de origem hidrológica e registrados como de pequeno porte.