Santa Cruz do Sul terá ações em prol do Cinturão Verde em 2024

O assunto mobilização em torno do Cinturão Verde foi tema de uma reunião convocada pela prefeita de Santa Cruz do Sul Helena Hermany, que ocorreu na manhã da quarta-feira, 27 de dezembro, no Salão Nobre do Palacinho. “Nossa cidade já é reconhecida por ser bonita, mas precisamos e podemos fazer com que ela seja também um modelo ambiental”, destacou a gestora.  

Reunião recente realizada na Prefeitura de Santa Cruz do Sul – Imagem: Divulgação 

Em sua fala, a prefeita relembrou que o ano de 2024 é muito simbólico, por completar 30 anos da delimitação do Cinturão Verde. Na época, em 1994, o então prefeito Edmar Hermany, por meio de decreto, determinou que a área física fosse delimitada e que a ocupação e uso do solo fosse definida pelo Plano Diretor. 

A primeira medida adotada para o Movimento pelo Cinturão Verde, foi a formação de uma equipe, de vários setores da `Prefeitura, que será coordenada pelo geólogo, ambientalista e ex-prefeito, José Alberto Wenzel, que atuará como voluntário na realização de várias ações para recuperar e preservar o corredor ecológico.  

O presidente eleito da Câmara de Vereadores, Gerson Trevisan, também participou do encontro em 27 de dezembro. O propósito, segundo a prefeita, é unir toda a comunidade, desde universidades, entidades ambientalistas, empresas, lideranças da sociedade civil, escolas, entre outros. “Será um marco na história de Santa Cruz do Sul”, garantiu Helena. E toda a mobilização tem data para começar: 19 de janeiro, quando será dado o pontapé inicial de lançamento do movimento.

Para entender 

Situado no lado norte a sul de Santa Cruz do Sul, o Cinturão Verde abrange uma área de 465 hectares, dedicada exclusivamente à preservação. Além de oferecer ar fresco à cidade, o espaço é o lar de uma vasta variedade de plantas e animais. 

Um estudo conduzido pela Universidade de Santa Cruz do Sul – Unisc e compartilhado com a Secretaria de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade (Semass) de Santa Cruz do Sul revela dados sobre a diversidade biológica do Cinturão Verde, indicando a presença de aproximadamente 300 espécies de plantas e 260 espécies animais no local.

Imagens: Reprodução/Google Earth 

Mais contexto 

Vereadores recebem Carta Aberta em Preservação ao Cinturão Verde

Durante uma sessão da Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul realizada em junho de 2023 houve a leitura da Carta Aberta em Preservação ao Cinturão Verde, elaborada pelo grupo de organização da Semana do Meio Ambiente de 2023. Os vereadores receberam uma cópia encaminhada pela Mesa Diretora.

O grupo, que participou da sessão e entregou uma cópia para a presidente Bruna Molz (Republicanos), apresentou as ações realizadas durante a Semana do Meio Ambiente, entre 29 de maio e 5 de junho, e contaram com mais de 30 instituições públicas e privadas, organizações sem fins lucrativos, escolas, entre outras.

Foi elaborado um e-book sobre o local, disponível neste link. O documento é de acesso gratuito e conta com um compilado de informações técnicas e históricas, dados sobre a biodiversidade do Cinturão Verde, as principais ameaças, e também sobre as perspectivas para o futuro.

O material foi elaborado por voluntários da ONG Cayana Vida Silvestre, Lixo Zero Santa Cruz do Sul, e também teve apoio do Programa de Pós-graduação em Tecnologia Ambiental da Unisc.

Na Carta Aberta, foram apresentadas as seguintes considerações e proposições:

1. O Cinturão Verde é um patrimônio da sociedade, logo precisamos preservar o que já temos no momento e buscar mecanismos para a sua ampliação e regularização, jamais a sua redução e/ou flexibilização de uso. A atual área do Cinturão Verde contemplada no Plano Diretor, incluída a área de possível ampliação, totaliza 1028,12 hectares;

2. Não devemos autorizar ou criar legislações para “ajustar” o uso da área do Cinturão Verde, devemos realizar a atualização/revisão do Plano Diretor com atenção especial à área em questão após um amplo debate com a sociedade;

3. Recomendamos criar legislações para termos no calendário oficial do Município a Semana do Cinturão Verde, com ações enfáticas voltadas a sua preservação;

4. Efetivar a Comissão Permanente do Cinturão Verde (COPECIVE), estabelecida na Lei 6.326 de 22 de Setembro de 2011, dando ênfase à sensibilização da população, promovendo argumentação sobre a importância socioeconômica (valoração atual e futura) da conservação da natureza e manutenção de recursos ambientais do município, incluindo o Cinturão Verde;

5. Revitalizar o Parque da Gruta, principal ponto de acesso da população à área do Cinturão Verde, através do desenvolvimento de projetos de educação ambiental, ecoturismo, pesquisas e outras atividades socioambientais;

6. Elaborar plano de controle, manejo e substituição da Uva-do-japão (Hovenia dulcis) que seja amplamente divulgado e que contemple ações sistemáticas, para extração gradual dos indivíduos e subsequente substituição por espécies arbóreas nativas, restabelecendo a matriz ecológica natural do Cinturão Verde. Importante ressaltar que estudos realizados em 2015 apontam que cerca de 20% da área do cinturão já estava ocupada por esta espécie invasora naquela época;

7. Aprofundar estudos e possibilidade de instalação de novos passadores de fauna aéreos e subterrâneos, em áreas críticas ao atropelamento de fauna silvestre no Cinturão Verde, que permitam o deslocamento seguro de animais entre áreas florestadas;

8. Criar equipe destinada prioritariamente ao resgate, manejo e atendimento da fauna silvestre nativa em situação de risco e/ou conflito com pessoas, no município e Cinturão Verde. Assim como, estabelecer unidade de atendimento veterinário específica para animais silvestres que necessitem de cuidados;

9. Criar benefícios ou estímulos tributários (IPTU Verde) e parcerias público privadas (PSA, sistema de adoção de cotas, entre outros) para conservação de áreas naturais preservadas, assim como para a restauração de áreas degradadas, em propriedades privadas do Cinturão Verde;

10. Fiscalizar ativa e constantemente as áreas naturais públicas e privadas do Cinturão Verde, atuando principalmente no combate ao desmatamento ilegal e demais crimes e infrações contra a fauna, flora e meio ambiente, de acordo com o que regem as legislações federais, estaduais e municipais;

12. Transversalizar ações hidrobaciais e desenvolver o Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica;

13. Iniciar estudos e debates acerca do melhor modelo jurídico para a proteção do Cinturão Verde.

Imagem: Divulgação 

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Texto: Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Santa Cruz do Sul / Assessoria de Imprensa da Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul

Edição: Notícia dos Vales