Em 2023, Iphan investiu R$ 13 milhões na Arqueologia nacional

Em um marco histórico para a preservação do patrimônio arqueológico brasileiro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) anunciou o balanço de investimento sem precedentes de R$ 13 milhões em iniciativas voltadas para a proteção e promoção do legado nacional ao longo de 2023

O volume recorde de recursos foi direcionado para uma série de planos de ação abrangentes, incluindo recadastramento, identificação, conservação e socialização de bens e sítios arqueológicos em todo o país.

Segundo Jeanne Crespo, diretora do Centro Nacional de Arqueologia (CNA), unidade especializada do Iphan responsável pela formulação de políticas e estratégias para a preservação do patrimônio arqueológico nacional, esse investimento reafirma a importância das ações de arqueologia no contexto da missão institucional do Iphan.

Sítio Arqueológico Pedra do Caboclo. Foto por Leonardo Troiano/Reprodução Iphan

O plano de ação contemplou diversas frentes, desde o recadastramento de sítios arqueológicos em diferentes estados, como Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás e Amazonas, até a ampliação das ações de conservação e socialização em sítios representativos. Destaque também para iniciativas de educação patrimonial e o uso de tecnologia para difundir o patrimônio arqueológico, como os óculos que permitem visitas virtuais a sítios em Serranópolis (GO), uma experiência pioneira do Iphan.

Além disso, o Iphan fortaleceu sua aproximação com as comunidades locais, reconhecendo a importância de seus saberes e ancestralidades na preservação e valorização do patrimônio arqueológico. A participação ativa de grupos indígenas e movimentos sociais, como no caso do Comitê Gestor do Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, demonstra o compromisso do Instituto com uma arqueologia pública e colaborativa.

A academia também foi contemplada, com a realização da 11ª edição do Prêmio Luiz de Castro Faria, que reconheceu trabalhos acadêmicos relevantes na área da arqueologia.

Além disso, o Centro Nacional de Arqueologia desempenhou um papel crucial no Novo PAC-Seleções, contribuindo para a seleção de projetos de preservação de bens culturais. Destaca-se que o patrimônio arqueológico foi um dos segmentos mais contemplados nesse processo.

Por fim, o Iphan intensificou seus esforços no combate ao tráfico ilícito de bens culturais, participando ativamente de iniciativas nacionais e internacionais, como a formulação da Lista Vermelha de Objetos Culturais Brasileiros em Risco, fundamental para proteger o patrimônio nacional de ameaças externas.