Pesquisadores descobrem rochas com mais de 2,5 bilhões de anos em Goiás

Uma equipe de cientistas do Serviço Geológico do Brasil (SGB), da Universidade de Brasília (UnB) e da Agência Geológica Amazônica parte para o estado de Goiás em busca de rochas que datam do Éon Arqueano, um período entre 4 e 2,5 bilhões de anos atrás, quando a Terra ainda era jovem.

Foto por Serviço Geológico do Brasil

A missão tinha um objetivo claro: explorar as raízes da Terra, investigando sua formação, estabilização e a preservação dos continentes. Os cientistas se concentraram na análise das rochas arqueanas, que guardam segredos sobre a história do planeta, incluindo o calor interno e os processos que o moldaram.

O pesquisador Marcus Flavio Nogueira Chiarini, do SGB, destacou duas grandes contribuições do trabalho. Primeiro, desenvolveram uma metodologia usando gamaespectometria para identificar rochas arqueanas, ao determinar uma faixa específica de radiação. Segundo, identificaram um fragmento de rocha arqueana ao longo do Lineamento Transbrasiliano, uma falha geológica ancestral.

Além de revelar essas rochas antigas, a pesquisa ofereceu insights sobre o Lineamento Transbrasiliano, a maior falha geológica do Brasil, enriquecendo o entendimento da história geológica do país e ressaltando o potencial das rochas arqueanas para futuras pesquisas, incluindo a busca por metais preciosos.

A equipe empregou uma abordagem abrangente, combinando voos de baixa altitude para medir a radiação gama, análises geocronológicas e químicas detalhadas. Os resultados não apenas confirmaram a eficácia da metodologia, mas também abriram novas perspectivas para entender a evolução geológica do Brasil e além.

Chiarini destacou que a pesquisa tem continuidade e aplicabilidade global, sugerindo a continuação dos estudos utilizando a metodologia desenvolvida, especialmente em regiões com dados aerogeofísicos disponíveis.

Em resumo, essa jornada pelos primórdios da Terra, combinando tecnologia avançada com exploração de campo, expandiu significativamente nosso conhecimento sobre as origens do planeta.

O artigo, liderado por Marcus Flavio e com a colaboração de outros pesquisadores do SGB, da Universidade de Brasília (UnB) e da Agência Geológica Amazônica (AGA), está disponível aqui.