Nova espécie de fungo é descoberta em Santa Catarina

O Microglossum azeurum é uma nova espécie e foi identificada pelo pesquisador Luis Funez, do programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração (PELD) da Biodiversidade de Santa Catarina (BISC), nas densas matas de Urubici, na serra catarinense. Esta espécie, recém-descoberta para a ciência, pertence a um gênero (Microglossum) pouco frequente no Brasil. Mais notável ainda é o desdobramento da pesquisa de Funez, que revelou a existência de outras três espécies novas deste fungo, espalhadas pelo país.

Microglossum azeurum, encontrado na serra catarinense. Foto: Luis Funez/PELD BISC

Antes dessa descoberta, apenas um único exemplar de fungo do gênero Microglossum havia sido documentado no Brasil, há setenta anos atrás, por Johannes Rick, importante pesquisa da área de fungos. Após análises morfológicas, que confirmaram a identificação como uma nova espécie, Funez buscou em fóruns e redes sociais por outros registros semelhantes.

A troca de informações revelou que dois pesquisadores estrangeiros, em estudos no Brasil, haviam avistado fungos similares ao identificado em Santa Catarina. Um na Bahia, por Alex Popovkin, e outro no Mato Grosso, na região da Floresta Amazônica, por Susanne Sourell. As amostras foram enviadas ao BISC, onde se confirmou que eram duas espécies adicionais, novas para a ciência.

“Frequentemente, encontrar um Microglossum é como encontrar um unicórnio fúngico. São pequenos, coloridos e surgem de forma imprevisível, com longos intervalos de tempo entre aparições. Alguns relatos mencionam intervalos de 12-15 anos, enquanto outros mencionam mais de 50 ou 60 anos! Talvez tenha sido minha primeira e última vez encontrando uma maravilha dessas. Estou extremamente feliz por ter vivenciado esse momento e poder contribuir para a ciência”, explica Luis Funez.

Em certo ponto, Funez percebeu que 90% dos exemplares de Microglossum coletados no Brasil estavam sob sua responsabilidade. “As pessoas geralmente não notam coisas tão pequenas no chão. Às vezes até tiram fotos, mas acabam não coletando o material, o que torna a amostragem bastante desafiadora”, observa.

Embora seja mais comum no hemisfério norte, o estudo e a descoberta desses fungos estão ganhando espaço no Brasil. As descobertas da pesquisa sugerem que eles podem surgir em várias localidades do país. Notavelmente, o grupo liderado por Funez foi o primeiro composto por brasileiros a descrever e sequenciar o Microglossum no Brasil. O artigo completo está disponível aqui.

Edição do texto: Notícia dos Vales 

Fonte: PELDCOM


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