São Leopoldo projeta ato para 60 anos do Golpe Militar de 1964

O Golpe Militar de 1964 completará 60 anos em 31 de março de 2024. Ele acabou com o governo legalmente constituído do presidente João Goulart e mudou definitivamente os rumos do Brasil. A tomada do poder resultou em 21 anos de Ditadura Civil-Militar. Segundo dados do IBGE, mais 75% da população brasileira atual não era nascida durante o período do Golpe Militar, por isso, ações que incentivem a reflexão sobre as violações dos Direitos Humanos que aconteceram no período são relevantes – e uma maneira de honrar a memória de pessoas que foram presas, torturadas e mortas pelo Regime.

Ilustração da demonstração de força por parte dos militares e o imediatismo do dia 1 de abril de 1964, em Brasília – Imagem por Reprodução/Memórias da Ditadura

Para lembrar deste período de regime autoritário na história brasileira, onde ocorreram muitas violações de direitos, a Prefeitura de São Leopoldo está planejando um ato que vai ser construído buscando apoio do Legislativo, através da Comissão de Direitos Humanos, Conselho Municipal de Direitos Humanos e entidades que possam se unir. “Essa temática não deve ficar restrita ao dia 31 de março, que as reflexões possam estar presente durante todo o ano. Para que este episódio e o que ocorreu no dia 8 de janeiro de 2023 não se repitam. A ditadura foi uma série de direitos violados, uma parte triste e vergonhosa da história do Brasil”, ressaltou a Direitos Humanos de São Leopoldo, Nadir Maria de Jesus. 

Para isso, a secretária Nadir Maria de Jesus, a diretora de Políticas Públicas de Direitos Humanos, Salete Souza, a chefe de Gabinete, Basilia Cantanhede, participaram da primeira reunião de organização das ações unificadas dos 60 anos da Ditadura Civil-Militar no Brasil com a presidente da Comissão de Direitos Humanos de Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul (ALRS), deputada Laura Sito. O evento foi realizado nesta quinta-feira, 8 de fevereiro, na AL RS.

A secretária Nadir Jesus destacou que foi um encontro de extrema importância, onde estiveram reunidos para fazer uma ação coletiva e unificada dentro do RS nestes 60 anos do golpe, que se completam no dia 31 de março. “O objetivo desta unificação é levar informações para as pessoas que não passaram por este triste período da nossa história brasileira e também para aquelas que passaram poderem nos trazer informação para que um episódio como esse nunca mais aconteça. Para que a democracia seja levada muito a sério, respeitada e com representatividade”, afirmou. 

“As ações dos 60 anos do golpe em todo o Estado são muito significativas para relembrar que estivemos à beira de um golpe em 8 de janeiro de 2023. Precisamos permanecer vigilantes para evitar que a democracia corra riscos novamente, pois ela ainda é muito jovem, e as marcas cruéis deixadas pela ditadura são evidentes”, declarou a diretora Salete Souza, que também representou a União Brasileira de Mulheres (UBM) que compõe o Conselho Estadual de Direitos Humanos. 

Também participaram representantes de diferentes organizações da sociedade civil e conselhos municipais do RS, entre eles representando a coordenação nacional da Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos (ReBEDH), o professor Solon Viola; a representante da coordenação da seccional do RS da ReBEDH e da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD), defensora pública Cristiaine Johann; e a presidente interina do Conselho Municipal de Direitos Humanos de São Leopoldo, Camila Soares. 

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Edição: Notícia dos Vales