IBGE muda denominação de aglomerados subnormais para favelas e comunidades urbanas  

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou nesta terça-feira (23) que está substituindo a denominação de “aglomerados subnormais” para “favelas e comunidades urbanas”. A mudança foi discutida amplamente com movimentos sociais, comunidade acadêmica e órgãos governamentais.

Foto por Acervo/IBGE

A nova denominação reflete uma nova abordagem do IBGE sobre o tema. O instituto considera que o termo “favela” é mais adequado para representar essas áreas, que são habitadas por pessoas de diferentes classes sociais e que possuem uma identidade cultural própria. A mudança não altera os critérios de identificação e mapeamento dessas áreas. O Censo Demográfico de 2022 já utilizará a nova denominação.

“A divulgação dos resultados do Censo 2022 será realizada, no segundo semestre, de forma condizente com os critérios utilizados para a identificação, o mapeamento e a coleta censitária. A nova nomenclatura foi escolhida a partir de estudos técnicos e de consultas a diversos segmentos sociais, visando garantir que a divulgação dos resultados do Censo 2022 seja realizada a partir da perspectiva dos direitos constitucionais fundamentais da população à cidade”, diz Cayo de Oliveira Franco, Coordenador de Geografia da Diretoria de Geociências do IBGE.

Segundo projeções da ONU-Habitat 2022, cerca de um bilhão de pessoas vivem atualmente em favelas e assentamentos informais, em todo o mundo. Esse número pode estar subestimado, frente às dificuldades de captação dos dados em diversos países e à dinamicidade de formação e dispersão desses territórios. De acordo com a ONU-Habitat, em 2021, cerca de 56% da população do planeta vivia em áreas urbanas, e essa taxa deve subir para 68% em 2050.

No campo das estatísticas internacionais a respeito das favelas e comunidades urbanas, desde o início do século XXI, um conjunto de esforços, coordenados principalmente pela ONU-Habitat, tem se voltado para a construção de nomenclaturas e parâmetros operacionais globais para a identificação e o mapeamento desses territórios. Os indicadores produzidos para acompanhamento das metas globais associadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, por exemplo, demandam o aperfeiçoamento constante da produção de informações sobre esses territórios.

Saiba mais sobre a evolução da nomenclatura no órgão clicando aqui. 

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Edição: Notícia dos Vales