Relatório do Copernicus confirma aquecimento extremo, com recordes quebrados em todos os continentes. Efeito estufa e El Niño são os principais responsáveis pelo aumento das temperaturas. Terra está perto de atingir o limite seguro de 1,5°C
O ano de 2023 foi confirmado como o mais quente já registrado, com temperaturas 1,48°C acima do nível pré-industrial, segundo relatório do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia.
Anomalia da temperatura ao longo do ano – Foto por Copernicus
O documento revela um aquecimento amplo, com diversos recordes diários e mensais quebrados. Em 2023, todos os dias ficaram 1°C acima do nível pré-industrial, sendo que, em metade do ano, os termômetros chegaram a ultrapassar 1,5°C e, em dois dias de novembro, ficaram 2°C mais quentes.
A temperatura média da Terra foi de 14,98°C no ano passado, 0,17°C acima do valor mais alto registrado em 2016 – até então considerado o ano mais quente.
É provável que o período de 12 meses que termina neste mês ou mês que vem exceda em 1,5°C o nível pré-industrial.
As temperaturas médias anuais quebraram recordes – ou quase isso – em grande parte de todos os continentes, exceto na Austrália. Todos os meses de junho a dezembro foram os mais quentes da história.
Embora o fenômeno El Niño, que aquece as águas superficiais no leste do Oceano Pacífico, tenha influenciado, é sabido que o calor extremo é resultado das emissões de gases de efeito de estufa.
Série histórica da anomalia da temperatura do ar na superfície da Terra – Foto por Copernicus
Segundo o relatório do Copernicus, as concentrações de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono e metano, têm aumentado nos últimos anos e alcançaram níveis sem precedentes em 2023.
“2023 foi um ano excepcional com recordes climáticos caindo como dominós. Não apenas 2023 foi o ano mais quente registrado, como é o primeiro ano com dias 1°C mais quentes do que a era pré-industrial. As temperaturas em 2023 provavelmente foram as mais altas ao menos nos últimos 100 mil anos”, disse Samantha Burgess, vice-diretora do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia.
O aquecimento da Terra está ocasionando consequências para o planeta e para a humanidade. Os eventos climáticos extremos, como secas, inundações, incêndios florestais e furacões, estão se tornando mais frequentes e intensos.
O aumento do nível do mar também está impactando as comunidades costeiras. Em 2023, o nível do mar subiu 4,5 milímetros, o que também é o maior aumento anual já registrado.
As mudanças climáticas afetam a biodiversidade do planeta. Espécies de plantas e animais estão sendo forçadas a se deslocar para áreas mais frias, à medida que seu habitat natural se torna inabitável.
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Edição: Notícia dos Vales