Serviço do Instituto do Petróleo da PUCRS pode ajudar no tratamento de cálculos renais

O Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais (IPR) da PUCRS, com sede no Tecnopuc, está desenvolvendo um novo serviço: é a análise cristalográfica de cálculos renais. O serviço tem o objetivo de apoiar médicos, nutricionistas e pacientes a tratar e prevenir cálculos renais. 

Saber quais minerais compõem os cálculos renais de cada paciente é uma informação importante para a tomada de decisões clínicas, a prevenção de recorrências e o tratamento das pessoas que enfrentam esse problema. Foi ao ver laudos que médicos recebem de análises de cálculos renais que o engenheiro de produção, Filipe Albano, que é também gerente da qualidade do IPR e professor da Escola Politécnica da PUCRS, teve a ideia que deu origem ao novo serviço.

Rosalia Barili (geóloga), Lennon Class (químico), Filipe Albano (engenheiro de produção) e Rafaela Caron (nutricionista). / Foto porDivulgação

“Os cálculos renais são minerais e, por isso, têm relação com o que fazemos aqui no IPR, com nossos equipamentos e tecnologias”, conta Filipe. “Sabendo disso, levei a ideia para equipe do nosso Laboratório de Caracterização de Rochas, coordenado pela geóloga Rosalia Barili da Cunha, que aceitou o desafio”. 

O médico nefrologista e clínico geral Giovani Gadonski, chefe do serviço de clínica médica do Hospital São Lucas, professor adjunto e agente de Inovação da Escola de Medicina da PUCRS explica que investigar o que causa os cálculos renais, especialmente em pessoas que apresentam quadros repetidos, é importante. “A análise dos cálculos permite descobrir quais os minerais específicos estão envolvidos no processo, o que possibilita orientar o tratamento para que eles não voltem a ser formar, seja por meio de dieta, hábitos e até medicações que serão guiadas a partir dessa análise”. Gadonski alerta, ainda, que além da intensidade da dor, as pedras podem causar complicações, como infecções e piora do funcionamento dos rins, reforçando a necessidade de entender como prevenir um novo episódio. 

A análise do cálculo renal é realizada no Difratômetro de Raios-X (DRX) do IPR, método utilizado para análise mineralógica e cristalográfica. Assim como o DRX, o Laboratório de Caracterização de Rochas, acreditado pela ISO/IEC 17025, conta com equipamentos de ponta e equipe especializada, composta por geólogos e químicos.

Foto por Giordano Toldo

“Quando submetemos o cálculo renal à radiação não ionizante, parte dessa radiação é absorvida e outra parte difratada. Os padrões de difração resultantes são expressos como picos com posições e intensidades variáveis. Essas posições variam conforme a estrutura cristalina da amostra e, por sua vez, refletem sua composição química e volume das diferentes fases, possibilitando a identificação e quantificação dos minerais que compõem aquele cálculo”, explica Rosalia.

A especialista conta, ainda, que esse tipo de análise pode ser aplicado a quaisquer materiais que apresentam cristalinidade e, por isso, a técnica pode ser utilizada para apoiar no tratamento de outras condições, como cálculos biliares e de vesícula, além de ajudar a identificar e de biominerais associados a nódulos. 

Médicos, nutricionistas e pacientes que contratarem o serviço receberão um laudo contendo a imagem da pedra em microscópio e a identificação de todos os minerais que estão em sua composição. Com isso, poderão traçar uma estratégia para prevenir, por meio da alimentação, por exemplo, a formação de novos cálculos renais, além de direcionar o melhor tratamento. 

“A alimentação é parte importante no cuidado de pacientes com cálculos renais e distúrbios metabólicos relacionados. Dietas ricas em proteínas, sódio e alimentos ultraprocessados podem aumentar a formação de cálculos, enquanto a hidratação adequada e o consumo equilibrado de alimentos in natura, especialmente frutas cítricas, vegetais e fontes adequadas de cálcio, podem reduzir os riscos. A avaliação criteriosa do padrão alimentar, evitando suplementos prejudiciais, e a análise detalhada dos exames laboratoriais (sangue e urina), bem como da composição mineral dos cálculos possibilitam individualizar o tratamento nutricional e melhorar o cuidado ao paciente”, relata a nutricionista Rafaela Caron, doutora em Nefrologia e professora da Escola Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. 

Esse trabalho multidisciplinar, que envolve engenheiros, geólogos e químicos para apoiar médicos, nutricionistas e pacientes reforça a relevância da atuação ecossistêmica na área da inovação. “O novo serviço do IPR é um exemplo claro de como a inovação acontece. Ao fazer parte de um ecossistema de inovação, como o Tecnopuc, as pessoas conseguem olhar para além de suas áreas de formação e de atuação na busca de soluções a problemas diversos. E, em colaboração com profissionais de diferentes áreas, encontrar novos caminhos para impactar positivamente a sociedade”, destaca Flavia Fiorin, gestora de operações e empreendedorismo do Tecnopuc.

O valor da análise é de R$ 248 e mais informações podem ser obtidas com o IPR, pelo WhatsApp (51) 98348-0174) e pelo e-e-mail [email protected]. O IPR é um dos dois laboratórios do Brasil a realizar esse tipo de análise. 

Edição do texto: Notícia dos Vales 


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