Erro de AI leva à retratação de estudo científico

Uma pesquisa recentemente publicada na revista “Frontiers in Cell and Developmental Biology” foi retirada do ar após a descoberta de que as imagens geradas por inteligência artificial (IA) incluídas no estudo eram inadequadas e desproporcionais.

O caso repercutiu nas redes sociais ao longo da semana. O paper teve mais de 340 mil visualizações e cerca de 21 mil downloads.

Os editores da revista anunciaram a retratação do artigo, citando preocupações com a precisão das figuras geradas por IA que acompanhavam o estudo sobre células-tronco em pequenos mamíferos.

As representações anatomicamente distorcidas incluíam uma imagem de um rato com órgãos genitais desproporcionalmente grandes em relação ao resto do corpo, algo biologicamente incoerente.

Além disso, parte do texto acompanhante era incompreensível, e outra imagem retratava uma célula de rato que não correspondia à sua estrutura real.

O incidente alimenta o debate em curso sobre o uso de IA na geração de conteúdo técnico, especialmente em trabalhos científicos publicados em revistas revisadas por pares. O processo também expõe falhas na avaliação científica.

Os autores do estudo, uma equipe do Hospital Hong Hui e da Universidade Jiaotong, na China, reconheceram ter usado IA para criar as imagens, creditando o programa Midjourney pelo trabalho.

Embora a política da revista “Frontiers” permita o uso de materiais gerados por IA, desde que devidamente declarados, também exige verificações para garantir a precisão dos dados produzidos por esses sistemas, uma etapa que falhou neste caso.