Museu em Lajeado tem todas as coleções científicas de seu acervo disponíveis na web

O Museu de Ciências da Universidade do Vale do Taquari – Univates tornou públicas mais duas coleções científicas de seu acervo. Trata-se do material das coleções de Artropodofauna (artrópodes) e de Paleobotânica (plantas fósseis). Além disso, os dados das coleções anteriormente já disponíveis (ver na sequência) foram atualizados. O movimento institucional de publicação digital das coleções iniciou em 2015 e é importante para socialização de informações relativas à fauna e flora  local e estadual e até mesmo global, como no caso da paleobotânica. 

Material da coleção de paleobotânica – Crédito: Tuane Eggers/Univates

Todo o material pode ser conferido no Sistema Brasileiro de Biodiversidade (SiBBr) e no Sistema Global de Biodiversidade (GBIF). Com isso, todas coleções biológicas da Univates – mastofauna (mamíferos), herpetofauna (répteis), Herbário do Vale do Taquari (HVAT) (plantas), ictiofauna (peixes), ornitofauna (aves) – estão online, disponíveis para quem quiser acessar e, assim, contribuindo para atividades de ensino e pesquisa. 

O acervo do Herbário do Vale do Taquari (HVAT) também integra o Instituto Nacional Ciência e Tecnologia (INCT) “Herbário Virtual da Flora e dos Fungos”, criado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Desde 2016, o HVAT integra o principal banco de dados botânicos, Index Herbariorum (IH), um sistema de indexação internacional de herbários que é gerenciado pelo Jardim Botânico de Nova Iorque (New York Botanical Garden – NYBG). Além do Index Herbariorum e do INCT “Herbário Virtual da Flora e dos Fungos do Brasil”, o HVAT integra a Rede Brasileira de Herbários e a Rede de Herbários do Rio Grande do Sul.  

“O trabalho de disponibilização das informações sobre as coleções e os registros visuais de cada um dos materiais do MCN Univates envolve muitas mãos, ou seja, vai desde as equipes na coleta de materiais à campo e a pesquisa pelos laboratórios, até a preparação, informatização e a manutenção dos acervos. Todo esse grupo, de alguma forma, está colaborando com as informações existentes sobre a biodiversidade brasileira”, destaca a analista de coleções do Museu de Ciências Úrsula Arend. 

Material da coleção de répteis – Crédito: Tuane Eggers/Univates

Números disponibilizados no SiBBr  

– Coleção de Botânica (Herbário) – 7.166 tombos

– Coleção de Zoologia – Invertebrados: o acervo de zoologia de invertebrados ainda está sendo catalogado, contando atualmente com 46.302 espécimes, correspondentes a 11.582 tombos

– Coleção de Zoologia – Vertebrados: 14.273 espécimes da coleção de zoologia de vertebrados (ictiofauna, herpetofauna, avifauna e mastofauna), correspondendo a 1.936 tombos.

– Coleção de Paleontologia – 1.620 exemplares paleobotânicos (coleção de Paleobotânica) e 101 stubs paleobotânicos.

A importância das coleções

Para o pesquisador e professor doutor André Jasper, o MCN foi imprescindível para continuidade de pesquisas. “Não é possível desenvolver pesquisa científica na área da paleontologia ou da paleobotânica sem que o objeto da pesquisa esteja registrado como parte de um acervo de uma instituição’, explica o pesquisador. No Brasil, a extração de fósseis, bens da União, é permitida unicamente para fins de pesquisa. “São bens comuns, não posso tê-los em casa. Isso é crime, inclusive”, comenta. “Para qualquer publicação que eu encaminhe ou para qualquer análise que eu faça é necessário ter o material registrado”, explica Jasper. Os itens organizados em coleções permitem que seja possível rastreá-los e as coleções podem receber a visita de pesquisadores de todos os lugares do mundo que estejam trabalhando com pesquisas similares. 

Para saber mais sobre o SiBBr 

Com informações do site do MCTI 

O Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr) é uma plataforma on-line que pretende reunir a maior quantidade de dados e informações existentes sobre a biodiversidade do Brasil. Seu objetivo é apoiar a produção científica e processos de formulação de políticas públicas e tomada de decisões associadas à conservação ambiental e ao uso sustentável dos recursos naturais, por meio do estímulo e facilitação à digitalização, publicação na internet, integração de dados de livre acesso e uso de informações sobre a biodiversidade brasileira.

Para tanto, além de oferecer acesso livre e gratuito a mais de 10 milhões de dados publicados pelos principais museus, universidades e instituições de pesquisa do país, o SiBBr desenvolve ferramentas e aplicações específicas que aprimoram a experiência do usuário tanto na publicação dos dados, quanto na pesquisa das informações. Iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), por meio da sua Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (SEPED), com suporte técnico da ONU Meio Ambiente e apoio financeiro do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o SiBBr é o primeiro passo para o Brasil consolidar uma sólida infraestrutura nacional de dados e conteúdos em biodiversidade.

Cenário global

Com o SiBBr, o governo brasileiro atende a uma recomendação da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), do qual o Brasil é um dos países signatários, no que concerne a integração e disponibilização de informações sobre biodiversidade. O projeto é associado à Plataforma Global de Informação sobre Biodiversidade (GBIF, na sigla em inglês), a maior iniciativa multilateral de acesso virtual a informações biológicas de aproximadamente 60 países. O GBIF soma mais de 570 milhões de registros de espécies provenientes de 766 instituições. Assim, com o SiBBr, o Brasil integra o maior esforço global para conhecer melhor a biodiversidade do planeta e disponibilizar gratuitamente as informações existentes.

Saiba mais sobre as coleções do MCN 

O MCN conta atualmente com laboratórios de pesquisa nas áreas de Acarologia, Arqueologia, História Regional e Institucional, Botânica, Ecologia e Evolução e Paleobotânica e Evolução de Biomas. A existência das coleções, no entanto, precede a criação do espaço. Em 1985, quando iniciou a oferta do curso de Ciências Biológicas pela Instituição, docentes já se preocupavam com a organização de uma coleção didática para atender as necessidades das aulas práticas dos estudantes. 

Aos poucos, ao longo dos 15 anos seguintes, foram formadas as coleções de Zoologia, Botânica e Paleobotânica (disponibilizadas online) e o acervo na área da Arqueologia. Conforme os itens foram aumentando em quantidade e em diversificação de finalidade, houve a necessidade de dividir as coleções entre as didáticas e as científicas. 

Tudo isso demandava espaço físico próprio para as atividades, o que foi possível em 2001. Em 2001 o Museu passou a ocupar o espaço onde está sediado, no Prédio 8. O Centro de Memória, Documentação e Pesquisa da Univates (CMDPU), localizado no prédio 9, foi incorporado ao Museu de Ciências em 2016, ampliando as áreas de atuação, com enfoque na preservação das fontes históricas regionais.

Material do HVAT – Crédito: Lucas George Wendt/Univates

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Texto: Lucas George Wendt/Univates

Edição: Notícia dos Vales